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Rhodiola rósea: um fitoterápico com muitos benefícios para saúde

Rhodiola rósea: um fitoterápico com muitos benefícios para saúde

O uso de produtos fitoterápicos é regulamentado pela Food and Drug Administration (FDA) como uma categoria especial de alimentos e classificado como “suplemento dietético” conforme o Dietary Supplement Health and Education Act (DSHEA) de 1994 [1].

Os produtos à base de plantas são extraídos de sementes, gomas, raízes, folhas, cascas, bagas ou flores e contêm vários fitoquímicos, como carotenoides e polifenóis, incluindo ácidos fenólicos, alcaloides, flavonoides, glicosídeos, saponinas, entre outros [1].

Os compostos fenólicos são amplamente procurados por suas propriedades biológicas: antialérgicas, anti-inflamatórias, hepatoprotetoras, antimicrobianas, antivirais, antibacterianas, anticancerígenas, antitrombóticas, cardioprotetoras e vasodilatadoras [2].

Essas propriedades biológicas são mediadas por suas características antioxidantes e propriedades redox. De fato, os compostos fenólicos desempenham um papel importante na estabilização do dano oxidativo por neutralização de radicais livres, eliminação de oxigênio ou decomposição de peróxidos [3].

Nesse contexto, vários estudos destacaram o papel do fitoterápico Rhodiola Rosea (RR), uma erva popular usada na medicina tradicional na Europa e na Ásia.

Efeitos farmacológicos positivos na saúde do fitoterápico Rhodiola rosea

Rhodiola rosea (RR) é uma planta herbácea perene, e é rica em vários fitoquímicos, incluindo flavonoides, glicosídeos, compostos fenólicos e ácidos orgânicos.

Os compostos mais importantes da RR são salidroside e rosavin. Ela também contém minerais, vitaminas, ácido gálico e ácido clorogênico, bem como antioxidantes.

A Rhodiola atrai muita atenção devido ao seu potencial de ser usada como estimulante do sistema nervoso central, sua atividade anti-inflamatória e antioxidante, e aos seus efeitos adaptogênicos, e  anti-fadiga.

Excelente capacidade neuroprotetora do salidroside

A RR tem sido usada para tratar o estresse e a síndrome da ansiedade, e estimular o sistema nervoso, e desta maneira, aumentando a atenção, memória, concentração e capacidade intelectual [4].

A excelente capacidade neuroprotetora do salidroside foi esclarecida em estudos recentes que focaram na farmacocinética, segurança e efeito anti-AVC isquêmico (IS), enfatizando especialmente seu mecanismo de ação e permeabilidade da barreira hematoencefálica [5].

O salidroside exerce poderosos efeitos terapêuticos sobre IS em modelos experimentais in vitro ou in vivo devido à sua capacidade neuroprotetora, promovendo uma diminuição significativa do tamanho do infarto, prevenindo edema cerebral e melhorando a função neurológica [5].

Além disso, os resultados sugerem que os mecanismos subjacentes envolvem ações anti-oxidação, anti-inflamação e anti-apoptose, as quais regulam múltiplas vias de sinalização e moléculas-chave, como NF-κB, TNF-α e via PI3K/Akt [5].

Na farmacocinética, embora apresente rápida absorção e eliminação, a biodisponibilidade do salidroside é elevada nesta condição de isquemia.  Em condições fisiológicas, o salidroside e seu metabólito (tirosol) são capazes de se distribuir para o tecido cerebral, e este último mantém-se num nível maior de concentração [5].

Com maior eficácia e melhores perfis de segurança, o salidroside pode se destacar como um neuroprotetor promissor para prevenir e tratar a SI. No entanto, mais investigações ainda são necessárias para explorar as propriedades farmacodinâmicas e farmacocinéticas deste componente no tratamento da isquemia.

Mecanismos intracelulares envolvidos no efeito adaptogênico da R. rosea

Evidências crescentes sobre o  efeito anti-estresse da R. Rosea sugerem o envolvimento da resolução da neuroinflamação, ocasionada pelo estresse.

Num artigo publicado na revista Phytomedicine, os autores investigaram a possível modulação de processos inflamatórios moleculares induzidos por raízes de R. rosea e extrato etanólico de rizoma em um modelo in vitro de células microgliais murinas (BV2) estimuladas pelo hormônio liberador de corticotropina (CRH) [6].

Neste trabalho, as células BV2 foram estimuladas com CRH 100 nM e avaliadas as alterações na viabilidade celular, produção de citocinas e níveis de proteína de choque térmico 70 (HSP70).

Também foram analisadas as vias intracelulares relacionadas à inflamação, como a translocação nuclear do fator nuclear NF-κB e a ativação de proteínas quinases ativadas por mitógeno (MAPK) [6].

Como resultados, os autores demonstraram que o extrato de R. rosea (2,7% m/m rosavin e 1% m/m salidroside) 20 µg/ml conseguiu neutralizar o efeito neuroinflamatório do CRH [6].

O mecanismo de ação envolveu dois atores centrais da via neuroinflamatória, como a translocação nuclear de NF-κB e a fosforilação de MAPK, resultando na diminuição dos níveis de HPS70 [6].

Salidroside e efeitos anti-inflamatórios para prevenir a perda da massa muscular

A atrofia do músculo esquelético está associada à expressão de várias citocinas inflamatórias [7], e estudos já demonstraram que as propriedades anti-inflamatórias do salidroside conseguem proteger a atrofia do músculo esquelético [8].

Num estudo publicado na revista Front Physiol, os autores estudaram os efeitos do tratamento com salidroside sobre o acúmulo progressivo de fatores inflamatórios, especialmente a interleucina IL6 no músculo esquelético, após a desnervação em ratos [9].

Nestes animais, o salidroside  inibiu a produção de IL6,  e evitou a atrofia muscular induzida pela desnervação. Além disso, o tratamento com salidroside promoveu a inibição da STAT3, e diminuições dos níveis do supressor de sinalização de citocinas (SOCS3), das proteínas MuRF1, atrogina-1, LC3B e da quinase putativa induzida por PTEN (PINK1) nos músculos desnervados [9].

Tomados em conjunto, estes resultados sugerem que o salidroside diminui a resposta inflamatória induzida pela desnervação, inibindo assim a proteólise muscular e a atrofia muscular. Considerando, portanto, o salidroside como um potencial candidato terapêutico para prevenir a perda de massa muscular.

Rhodiola como uma suplementação segura e eficaz para esportes e exercícios

O exercício extenuante leva à produção de radicais livres e outras espécies reativas de oxigênio/nitrogênio no tecido muscular [10]. Desta maneira, os níveis de substâncias responsivas a esse estresse oxidativo no músculo esquelético desempenham um papel fundamental na regulação da função muscular [11].

Pesquisas sugerem que o extrato de RR pode aumentar a capacidade antioxidante ao regular as enzimas antioxidantes,  e reduzir os danos nos músculos esqueléticos, assim como aumentar a resistência do corpo à fadiga [12],  sendo reconhecido como uma estratégia positiva para prevenir o estresse oxidativo e melhorar o desempenho atlético.

Experimentos em animais mostraram que o RR aumenta o trifosfato de adenosina (ATP) e o fosfato de creatina [13]. Ratos tratados com RR prolongaram significativamente a duração da natação exaustiva, e a RR teve o efeito de ativar a síntese ou ressíntese de ATP nas mitocôndrias e promover o processo de recuperação de energia no corpo após exercício exaustivo [13].

Em humanos, num estudo publicado na revista J Sport Nutr Exerc Metab, os autores investigaram os efeitos da ingestão aguda e de 4 semanas de Rhodiola rosea na capacidade física, força muscular, velocidade de movimento dos membros, tempo de reação e atenção de jovens saudáveis [14].

Na fase I, foi realizado um estudo randomizado duplo-cego controlado por placebo (n= 24), consistindo de 2 sessões (2 dias por sessão), sendo que no primeiro dia, foram avaliados, 1 hora após a ingestão aguda de Rhodiola rosea (R: 200 mg de extrato de Rhodiola rosea contendo 3% de rosavin + 1% de salidroside mais 500 mg de amido) ou placebo (P: 700 mg de amido), a velocidade de movimento do membro (teste de batida de placa),  o tempo de reação auditiva e visual e a capacidade de manter a atenção (teste de Vigilância Fepsy).

No segundo dia, e seguindo o mesmo procedimento de ingestão do dia 1, o torque isométrico máximo de extensão do joelho e a capacidade de exercício de resistência foram testados. Após um período de washout de 5 dias, o procedimento experimental foi repetido, com os regimes de tratamento sendo alternados entre os grupos (sessão 2).

Na fase II, foi realizado um estudo duplo-cego controlado por placebo (n = 12), e os indivíduos foram submetidos às sessões 3 e 4, idênticas à Fase I, separadas por uma ingestão de R/P de 4 semanas, durante as quais os indivíduos ingeriram 200 mg de R/P por dia.

Como resultados, os autores observaram que na fase I, a ingestão aguda de R aumentou o tempo até a exaustão, e a ventilação pulmonar tendeu a aumentar quando comparados com o placebo [14]. Na fase II, a ingestão de Rhodiola rosea por quatro semanas não alterou nenhuma das variáveis ​​medidas [14].

Em suma, a Rhodiola rosea apresenta-se como um excelente  fitoterápico com efeitos benéficos para do sistema nervoso central, como anti-inflamatório e antioxidante,  e devido aos seus efeitos adaptogênicos, e anti-fadiga, uma suplementação segura e eficaz para esportes.

O Centro Paulista é referência na manipulação de fórmulas, incluindo a Rhodiola rósea. Atuamos em praticamente todos os segmentos da Medicina e da Nutrição, podendo colaborar dentro de nossas especialidades e ofertando aos pacientes excelentes produtos e serviços.

Referências: 

[1] Food and Drug Administration. Information for consumers on using dietary supplements. 2016. 

[2] Ksouri R, Megdiche W, Debez A, Falleh H, Grignon C, Abdelly C. Salinity effects on polyphenol content and antioxidant activities in leaves of the halophyte Cakile maritima. Plant Physiol Biochem PPB. 2007; 45:244–249. doi: 10.1016/j.plaphy.2007.02.001. 

[3] Sumbul S, Ahmad MA, Asif M, Akhtar M. Myrtuscommunis Linn. A review. Indian J Nat Prod Resour. 2011; 2:395–402. 

[4] Zhong Z, Han J, Zhang J, Xiao Q, Hu J, Chen L. Pharmacological activities, mechanisms of action, and safety of salidroside in the central nervous system. Drug Des Devel Ther. 2018 May 24; 12:1479-1489. doi: 10.2147/DDDT.S160776. PMID: 29872270; PMCID: PMC5973445. 

[5] Fan F, Yang L, Li R, Zou X, Li N, Meng X, Zhang Y, Wang X. Salidroside as a potential neuroprotective agent for ischemic stroke: a review of sources, pharmacokinetics, mechanism and safety. Biomed Pharmacother. 2020 Sep; 129:110458. doi: 10.1016/j.biopha.2020.110458. Epub 2020 Jun 27. PMID: 32603893. 

[6] Borgonetti V, Governa P, Biagi M, Dalia P, Corsi L. Rhodiola rosea L. modulates inflammatory processes in a CRH-activated BV2 cell model. Phytomedicine. 2020 Mar; 68:153143. doi: 10.1016/j.phymed.2019.153143. Epub 2019 Dec 5. PMID: 32018209. 

[7] Wang J, Leung KS, Chow SK, Cheung WH. Inflammation and age-associated skeletal muscle deterioration (sarcopaenia). J Orthop Translat. (2017) 10:94–101. 10.1016/j.jot.2017.05.006. 

[8] Wu C, Tang L, Ni X, Xu T, Fang Q, Xu L, et al. Salidroside Attenuates Denervation-induced skeletal muscle atrophy through negative regulation of pro-inflammatory cytokine. Front Physiol. (2019) 10:665. 10.3389/fphys.2019.00665. 

[9] Wu C, Tang L, Ni X, Xu T, Fang Q, Xu L, et al. Salidroside Attenuates Denervation-induced skeletal muscle atrophy through negative regulation of pro-inflammatory cytokine. Front Physiol. (2019) 10:665. 10.3389/fphys.2019.00665. 

[10] Wang F, Wang X, Liu Y, Zhang Z. Effects of exercise-induced ROS on the pathophysiological functions of skeletal muscle. Oxid Med Cell Longev. 2021 2021:3846122. 10.1155/2021/3846122. 

[11] Wang JS, Chen YC, Chen WL, Lin CP. Effects of normoxic and hypoxic exercise regimens on lymphocyte apoptosis induced by oxidative stress in sedentary males. Eur J Appl Physiol.  2017117:2445–55. 10.1007/s00421-017-3731-9. 

[12] Xu J, Li Y. Effects of salidroside on exhaustive exerciseinduced oxidative stress in rats. Mol Med Rep. 2012 6:1195–8. 10.3892/mmr.2012.1060. 

[13] Skarpanska-Stejnborn A, Pilaczynska-Szczesniak L, Basta P, Deskur-Smielecka E. The influence of supplementation with Rhodiola rosea L. extract on selected redox parameters in professional rowers. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2009 19:186–99. 10.1123/ijsnem.19.2.186 

[14] Brown RP, Gerbarg PL, Ramazanov Z. Rhodiola rosea. A Phytomedicinal Overview HerbalGram. 2002 56:40–52. 

[15] De Bock K, Eijnde BO, Ramaekers M, Hespel P. Acute Rhodiola rosea intake can improve endurance exercise performance. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2004 Jun;14(3):298-307. doi: 10.1123/ijsnem.14.3.298. PMID: 15256690.