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Evidência farmacológica da Garcinia mangostana em prevenir o envelhecimento da pele

Evidência farmacológica da Garcinia mangostana em prevenir o envelhecimento da pele

A Garcinia mangostana L. é uma árvore frutífera que faz parte da família das Gutiferáceas (Clusiáceas). Suas sementes e cascas têm sido usadas como infusões para o tratamento de infecções gastrointestinais e do trato urinário, atuando também como laxante, agente antifebril e tratamento de insônia [1, 2].

Vários experimentos in vitro e in vivo foram conduzidos e já identificaram os múltiplos efeitos antioxidantes, bem como o potencial anti-inflamatório [3], neuroprotetor [4], hipoglicemiante [5], anti-obesidade [6], antiproliferativo e anticancerígeno [7, 8] desta planta.

As xantonas, componentes da Garcinia mangostana, são polifenóis de baixo peso molecular, responsáveis pelas suas propriedades farmacológicas, assim como os polissacarídeos que possuem atividades anti-inflamatórias e imunorreguladoras.

Extratos do fruto da Garcinia mangostana e seus compostos purificados demonstraram a ausência de toxicidade aguda ou crônica [9], e não apresentaram efeitos colaterais aparentes.

Recentemente, compostos purificados das cascas dessa planta demonstraram ter efeito estimulante no sistema imunológico, particularmente através da ativação de macrófagos [10].

Propriedades dermatológicas da mangostanin, uma xantona purificada do extrato de Garcinia mangostana

Estudos recentes já demostraram como os extratos das frutas da planta podem ser usados como agentes fotoprotetores dos danos UVB [11], para melhorar a elasticidade e controlar doenças inflamatórias da pele [12].

Em um estudo publicado na revista Pharmaceuticals (Basel), os autores avaliaram o efeito de diferentes extratos orgânicos da Garcinia mangostana e compostos purificados em queratinócitos humanos, uma linhagem celular bem caracterizada e amplamente empregada como modelo in vitro de danos à pele, comparando a atividade destes extratos e suas propriedades dermatológicas [13].

Considerando que o estresse oxidativo desempenha um papel fundamental na patogênese de várias doenças e envelhecimento da pele, os autores demonstraram que a Garcinia mangostana consegue proteger e restaurar danos oxidativos induzidos por peróxido de hidrogênio [14].

Tal efeito foi resultado da capacidade da mangostanin de reduzir a geração de espécies reativas de oxigênio intracelular, prevenir a ativação de AKT (proteína quinase B), ERK, p53 e outras vias celulares subjacentes ao dano celular e ativação da apoptose [13].

Potencial antioxidante da Garcinia mangostana

A capacidade da Garcinia mangostana em inibir a ativação do p53 após o estresse oxidativo também foi avaliada no trabalho, e a mangostanin, especialmente na concentração de 10 μM, impediu completamente a ativação de p53 após o estresse oxidativo [13].

Como p53 é um fator de transcrição que organiza e direciona as respostas celulares diante de uma variedade de estresses que levam à instabilidade genômica, a mangostanin, ao impedir a ativação de p53, conseguiu proteger a pele da ação dos radicais livres, evitando assim o envelhecimento.

Até o momento, as atividades antioxidantes dos extratos de Garcinia mangostana têm sido associadas principalmente às xantonas α-, β- e γ-mangostin, que também são os principais compostos representados na fruta.

Além das atividades antioxidantes, o extrato de Garcinia mangostana também possui atividade antielastase. O α-mangostin mostrou potente atividade anti-colagenase, enquanto o γ-mangostin tem potentes atividades anti-hialuronidase e anti-tirosinase, fornecendo evidências do possível uso do extrato desta planta e seus compostos como antioxidantes e tratamentos antienvelhecimentos [15].

É importante esclarecer que mais estudos in vivo e clínicos serão necessários para desenvolver e validar esses novos nutracêuticos, formulações farmacológicas e cosmecêuticos. Em suma, a mangostanin é eficaz em proteger a pele da ação dos radicais livres, prevenindo assim o envelhecimento da pele.

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Referências: 

[1] Obolskiy D., Pischel I., Siriwatanametanon N., Heinrich M. Garcinia mangostana L.: A phytochemical and pharmacological review. Phytother. Res. 2009; 23:1047–1065. doi: 10.1002/ptr.2730. 

[2] Ovalle-Magallanes B., Eugenio-Pérez D., Pedraza-Chaverri J. Medicinal properties of mangosteen (Garcinia mangostana L.): A comprehensive update. Pt 1Food Chem. Toxicol. 2017; 109:102–122. doi: 10.1016/j.fct.2017.08.021 

[3] Mohan S., Syam S., Abdelwahab S.I., Thangavel N. An anti-inflammatory molecular mechanism of action of α-mangostin, the major xanthone from the pericarp of Garcinia mangostana: An in silico, in vitro and in vivo approach. Food Funct. 2018; 9:3860–3871. doi: 10.1039/C8FO00439K 

[4] Cho J., Chin Y.W. Neuroprotective and Memory-Enhancing Effects of The Water Extract from Pericarp of Mangosteen Fruit. Clin. Ther. 2016;38:e31. doi: 10.1016/j.clinthera.2016.07.163 

[5] Taher M., Zakaria T.M., Susanti D., Zakaria Z.A. Hypoglycaemic activity of ethanolic extract of Garcinia mangostana Linn. in normoglycaemic and streptozotocin-induced diabetic rats. BMC Complement. Altern. Med. 2016; 16:135. doi: 10.1186/s12906-016-1118-9. 

[6] Liu Q.Y., Wang Y.T., Lin L.G. New insights into the anti-obesity activity of xanthones from Garcinia mangostana. Food Funct. 2015; 6:383–393. doi: 10.1039/C4FO00758A 

[7] Kritsanawong S., Innajak S., Imoto M., Watanapokasin R. Antiproliferative and apoptosis induction of α-mangostin in T47D breast cancer cells. Int. J. Oncol. 2016; 48:2155–2165. doi: 10.3892/ijo.2016.3399. 

[8] Klein-Júnior L.C., Campos A., Niero R., Corrêa R., Vander Heyden Y., Filho V.C. Xanthones and Cancer: From Natural Sources to Mechanisms of Action. Chem. Biodivers. 2020;17:e1900499. doi: 10.1002/cbdv.201900499. 

[9] Benatrehina P.A., Pan L., Naman C.B., Li J., Kinghorn A.D. Usage, biological activity, and safety of selected botanical dietary supplements consumed in the United States. J. Tradit. Complement. Med. 2018; 8:267–277. doi: 10.1016/j.jtcme.2018.01.006. 

[10] Zhang S., Li Z., Wang X., An L., Bao J., Zhang J., Cui J., Li Y., Jin D.Q., Tuerhong M., et al. Isolation, structural elucidation, and immunoregulation properties of an arabinofuranan from the rinds of Garcinia mangostana. Carbohydr. Polym. 2020; 246:116567. doi: 10.1016/j.carbpol.2020.116567. 

[11] Im A.R., Kim Y.M., Chin Y.W., Chae S. Protective effects of compounds from Garcinia mangostana L. (mangosteen) against UVB damage in HaCaT cells and hairless mice. Int. J. Mol. Med. 2017; 40:1941–1949. doi: 10.3892/ijmm.2017.3188. 

[12] Ohno R., Moroishi N., Sugawa H., Maejima K., Saigusa M., Yamanaka M., Nagai M., Yoshimura M., Amakura Y., Nagai R. Mangosteen pericarp extract inhibits the formation of pentosidine and ameliorates skin elasticity. J. Clin. Biochem. Nutr. 2015; 57:27–32. doi: 10.3164/jcbn.15-13. 

[13] Abate M, Pagano C, Masullo M, Citro M, Pisanti S, Piacente S, Bifulco M. Mangostanin, a Xanthone Derived from Garcinia mangostana Fruit, Exerts Protective and Reparative Effects on Oxidative Damage in Human Keratinocytes. Pharmaceuticals (Basel). 2022 Jan 11;15(1):84. doi: 10.3390/ph15010084. 

[14] Dunaway S., Odin R., Zhou L., Ji L., Zhang Y., Kadekaro A.L. Natural Antioxidants: Multiple Mechanisms to Protect Skin from Solar Radiation. Front. Pharmacol. 2018; 9:392. doi: 10.3389/fphar.2018.00392 

[15] Widowati W., Ginting C.N., Lister I.N.E., Girsang E., Amalia A., Wibowo S.H.B., Kusuma H.S.W., Rizal Anti-aging Effects of Mangosteen Peel Extract and Its Phytochemical Compounds: Antioxidant Activity, Enzyme Inhibition and Molecular Docking Simulation. Trop. Life Sci. Res. 2020; 31:127. doi: 10.21315/tlsr2020.31.3.9.