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Médicos gestores e líderes: Qual a importância para saúde e bem-estar?

Médicos gestores e líderes: Qual a importância para saúde e bem-estar?

Cada vez mais, os médicos estão sendo solicitados a demonstrar habilidades gerenciais como parte do trabalho diário.

 

Essas habilidades estão provando ser tão centrais, que os médicos estão sendo desafiados rotineiramente a reorganizar as operações clínicas em ambientes de saúde do mundo todo.

 

A crise da COVID-19 pode ser usada como um exemplo destas novas habilidades dos médicos, os quais viram-se obrigados a realizar ações diárias que exigiam conhecimentos e habilidades diferentes daquelas adquiridas como parte de sua formação médica.

 

Diante das necessidades expostas pela pandemia da COVID-19, os médicos tiveram que gerenciar as operações para adquirir e distribuir suprimentos escassos, fazer a triagem e gerenciar o fluxo de pacientes nos hospitais e postos de atendimentos.

 

Transmitir informações novas e atualizadas para colegas, pacientes e público também era umas das principais funções dos médicos. Essas habilidades envolviam como eles comunicavam informações difíceis aos pacientes, interagiam com colegas e estruturavam os fluxos de trabalho individuais [1,2].

 

A importância da abordagem integrativa para o treinamento gerencial dos médicos

 

Visando essa abordagem integrativa, esforços para treinar médicos como gerentes e líderes – aqueles que estabelecem processos e estruturas para atingir metas e aqueles que criam visão e inspiram ação, respectivamente – são frequentemente observados nos ambientes de saúde atualmente.

 

Dada a centralidade das habilidades de gestão para todas as facetas da profissão médica, essa abordagem integrativa deve ser usada no treinamento gerencial deste grupo em todas as etapas da sua educação médica, e não separado dela [3,4].

 

Quais habilidades de gerenciamento que os médicos precisam?

 

As habilidades de gerenciamento que os provedores precisam urgentemente desenvolver se enquadram nas amplas categorias de gerenciamento interpessoal, gerenciamento de sistemas e comunicação e planejamento. E essas habilidades são necessárias tanto para ação imediata quanto para alcançar objetivos de longo prazo.

 

No âmbito da gestão interpessoal, os médicos devem ter a capacitação para liderar equipes, ouvir ativamente, resolver conflitos, motivar os outros, gerenciar relacionamentos e dar e receber feedback.

 

As habilidades críticas em gerenciamento de sistemas incluem aquelas relacionadas à análise e melhoria de processos, logística e cadeias de suprimentos, gerenciamento de incentivos, design organizacional e medição e análise de dados.

 

Finalmente, os médicos precisam de um conjunto de competências relacionadas à comunicação e planejamento, incluindo capacitação em como negociar de forma eficaz, transmitir decisões, desenvolver estratégias, construir cultura e gerenciar mudanças.

 

Como essas habilidades podem ser aprendidas?

 

Os educadores médicos devem ter como objetivo integrar perfeitamente essas habilidades durante o curso de medicina, de uma maneira que sejam relevantes para todas as especialidades.

 

Por exemplo, na faculdade de medicina, a criação de uma linha de gestão e liderança integrada aos conteúdos existentes nos cursos de residência reforçaria a centralidade dessas habilidades no cuidado diário, em simultâneo, que proporcionaria oportunidades para os estagiários se envolverem em simulações existentes.

 

Para os médicos participantes, a avaliação das habilidades de gerenciamento relevantes pode ser integrada aos requisitos de educação médica continuada. Esse tipo de conteúdo pode ser bem recebido por médicos que avançaram em suas carreiras e estão enfrentando cada vez mais desafios de gestão e liderança, potencialmente até com maior frequência do que alguns dos conteúdos clínicos que não fazem mais parte de sua prática.

 

Tal como acontece com o conhecimento biomédico, esta avaliação das habilidades de gestão e liderança deve ocorrer em intervalos regulares. Esse objetivo pode ser alcançado, por exemplo, usando um exame clínico estruturado e objetivo para abordar questões como conflito interpessoal em uma equipe clínica, alocação de recursos escassos ou dar feedback a um colega que não está cumprindo os padrões.

 

Os corpos docentes, cujas carreiras médicas proporcionaram oportunidades para ganhar experiência em gestão, podem usar esse conhecimento no treinamento de estudantes de medicina.

 

Tais experiências podem ser derivadas de funções administrativas relacionadas à pesquisa, educação ou liderança hospitalar. Independentemente do seu nível de experiência em gestão, todos os professores devem ser treinados para ensinar e avaliar as competências de gestão e liderança.

 

Treinamento de liderança: treinamento biomédico e gerencial associados

 

Exemplos de programas de gestão para médicos, existentes nos EUA e Europa, incluem o programa Pediatric Leadership for the Underserved (PLUS) da Universidade da Califórnia, San Francisco, e o Mass General Brigham Clinical Process Improvement Leadership Program (CPIP).

 

No programa PLUS, seminários em pequenos grupos focados no envolvimento e liderança da comunidade são intercalados por 3 anos de treinamento de residência, e as lições de liderança são reforçadas por meio de sessões de reflexão com mentores que são clínicos e líderes [5].

 

No programa Mass General Brigham CPIP, os médicos participam de um currículo de melhoria da qualidade e liderança durante várias sessões ao longo de 4 meses e se envolvem em projetos interdisciplinares de melhoria da qualidade, que os incentivam a aplicar as habilidades recém-aprendidas.

 

Notavelmente, os líderes clínicos de toda a instituição atuam como professores do programa e os participantes recebem créditos da educação continuada [6].

 

No entanto, nesses exemplos, o conteúdo é mais comumente entregue em incrementos durante um período limitado de tempo e separado dos currículos tradicionais. As autoavaliações predominam, sendo a avaliação externa de competências menos comum [7,8].

 

Em suma, na área da saúde, a crise da COVID-19 exigiu que os médicos assumissem responsabilidades para as quais não foram formalmente treinados – desde tomar decisões sobre recursos escassos até mobilizar colegas para a ação. Tal situação mostrou que as habilidades de gerenciamento muitas vezes vistas como leves são realmente críticas para saúde e bem-estar.

 

Neste sentido, mostra-se extremamente importante, a necessidade do treinamento médico nessas habilidades com a mesma ênfase e continuidade que são exigidos durante sua formação acadêmica e residência.

 

Essa abordagem de liderança, mantendo o foco na saúde, beneficiará os cuidados prestados aos pacientes, o bem-estar da força de trabalho e das pessoas nestes ambientes.

 

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Referências:

[1] Grimm C. Hospital experiences responding to the COVID-19 pandemic: Results of a National Pulse SurveyMarch 23–27, 2020.

 

[2] Pai P, Evans S. The 4 questions physician executives are grappling with amid Covid-19. https://www.advisory.com/research/physician-executive-council/prescription-for change/2020/04/physician-executives-covid-19.

 

[3] Frich JC. Leadership development programs for physicians: A systematic review. J Gen Intern Med. 2014; 30:656–674.

 

[4] Sultan N, Torti J, Haddara W, Inayat A, Inayat H, Lingard L. Leadership development in postgraduate medical education: A systematic review of the literature. Acad Med. 2019; 94:440–449.

 

[5] Kuo AK, Thyne SM, Chen HC, West DC, Kamei RK. An innovative residency program designed to develop leaders to improve the health of children. Acad Med. 2010; 85:1603–1608.

 

[6] Rao SK, Carballo V, Cummings BM, Millham F, Jacobson JO. Developing an interdisciplinary, team-based quality improvement leadership training program for clinicians: The Partners Clinical Process Improvement Leadership Program. Am J Med Qual. 2017; 32:271–277.

 

[7] Moore Simas TA, Cain JM, Milner RJ, et al. A systematic review of development programs designed to address leadership in academic health center faculty. J Contin Educ Health Prof. 2019; 39:42–48.

 

[8] Frich JC, Brewster AL, Cherlin EJ, Bradley EH. Leadership development programs for physicians: A systematic review. J Gen Intern Med. 2015; 30:656–674.